TARÔ: Mudança (Arcanos Maiores)

Herman Faulstich
2 min readOct 10, 2019

Existem formas de compreensão da realidade baseadas em percepções não racionais. O tarô é um vetor delas. Os seus símbolos atingem componentes da psique trazendo à tona informações que fogem do que vivenciamos como tempo e localização física. Passado, presente e futuro estão abertos à investigação, ainda que a precisão não acompanhe sempre o processo.

Tratando-se da vida, um dos aspectos mais marcantes é a Mudança. A natureza e nós mesmos mudamos de estado a todo momento, em diferentes níveis e velocidade.

No tarô, três cartas relacionam-se com mudança de maneira especial: Morte, Julgamento e Universo.

A primeira, e mal compreendida, “Morte”, aponta mudanças de forma geral; se comparada com as outras são mudanças pequenas, como a de emprego; o esqueleto assusta, afinal, mudanças são saltos no escuto muitas vezes;

A segunda, “Julgamento”, mostra mudança mais intensa de caráter irreversível na pessoa, já que mostra um cenário de ressurreição cristão, um exemplo seria maternidade;

A terceira, “O Universo”, mostra um final de ciclo em caráter definitivo, então, se alguma carta representa a morte física, seria esta e não a primeira.

Mais três cartas a representam :

O Carro” no aspecto relativo ao movimento, uma vez que movimento=mudança de estado. Na vida, mostra algum evento relativo á viagem ou momento dinâmico;

A “Fortuna/A Roda Fortuna” (“fortuna” no sentido de “destino” e não “dinheiro”) mostra um aspecto de alternância de estados nas figuras presas na roda que ora estão em cima, ora embaixo, momentos bons e ruins se alternam no giro, nada é permanente, tudo é cíclico e isso só pode ser alterado ao se aproximar do eixo, cuja velocidade angular é zero (taí uma dica mística);

A Torre” traduz mudança violenta, traumática, brusca, energética. A química nos mostra que componentes que reagem muito rápido podem resultar em explosão, que é mudança de estado súbita. O resultado é a desintegração, reduzir à pó, por isso “A Torre” é um símbolo de uma etapa comum a todas as disciplinas místicas: a destruição da influência do ego. É a entrega a uma Vontade superior, onde nossos desejos perdem força e somos guiados por algo além. De forma geral, na vida de uma pessoa, mostra um evento de estresse, combate, perda, derrota, mas isso nem sempre é ruim, pois o que vier depois será um recomeço — procurando otimismo na desgraça, se você chegou a fundo do poço, fique satisfeito, pois dele não passa 😉.

Herman Faulstich

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